Coloca a mão na face, e sente a vermelha. É mentira - pensa-, sente a quente, na verdade, mas o que vem a sua mente é a imagem do espelho, uma face vermelha e um tanto inchada. Mas não tem problema, é apenas seu cérebro sendo mais rápido nas associações, passando dos números ao resultado sem lhe explicar a operação- fazia isso o tempo todo.
Está deitada e de seus olhos não saem mais lágrimas, mas o choro ainda não abandonou sua garganta. É lá que ele começa: na garganta - pensa. Menos mal, se fosse em seus dedos não teria podido. Na hora, calara-se e então começou com o seu tec-tec. Escrevia, lia, escrevia e enter.
- Não acredito que você ainda está acordada!? - voz, e não letras. Reconheceu o irmão. Os passos se aproximaram e pararam, três segundos para ver:
- Ah, tudo bem, está perdoada pelo horário.- E os passos se afastaram.
Cinco para as duas. Tarde mesmo, era melhor ela se despedir.
- Precisa de um irmão?
A voz dele, da porta do quarto, com seu tom preocupado. Ela por sua vez, parece não ter mais voz, e nada diz.
-Cá, 'tá precisando de um irmão mais velho agora?
Soluçou. Sentiu o abraço e então já não consegue voz para explicar. A Mãe acordou e queria saber o que era, entrou no quarto. Ela balbuciou algumas coisas e ouviu os comentários tão característicos - já os sabia, mesmo nunca tendo os ouvido. Lavou o rosto - no banheiro, o espelho- e foi dormir.
Coloca então a mão na face. Continua vermelha.
Por que teve que ser assim? - assim, sim. Simplesmente não havia outra palavra para dizer sucintamente, então ela se lembra de um trecho de crônica - e dorme.
Está deitada e de seus olhos não saem mais lágrimas, mas o choro ainda não abandonou sua garganta. É lá que ele começa: na garganta - pensa. Menos mal, se fosse em seus dedos não teria podido. Na hora, calara-se e então começou com o seu tec-tec. Escrevia, lia, escrevia e enter.
- Não acredito que você ainda está acordada!? - voz, e não letras. Reconheceu o irmão. Os passos se aproximaram e pararam, três segundos para ver:
- Ah, tudo bem, está perdoada pelo horário.- E os passos se afastaram.
Cinco para as duas. Tarde mesmo, era melhor ela se despedir.
- Precisa de um irmão?
A voz dele, da porta do quarto, com seu tom preocupado. Ela por sua vez, parece não ter mais voz, e nada diz.
-Cá, 'tá precisando de um irmão mais velho agora?
Soluçou. Sentiu o abraço e então já não consegue voz para explicar. A Mãe acordou e queria saber o que era, entrou no quarto. Ela balbuciou algumas coisas e ouviu os comentários tão característicos - já os sabia, mesmo nunca tendo os ouvido. Lavou o rosto - no banheiro, o espelho- e foi dormir.
Coloca então a mão na face. Continua vermelha.
Por que teve que ser assim? - assim, sim. Simplesmente não havia outra palavra para dizer sucintamente, então ela se lembra de um trecho de crônica - e dorme.
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